QUINTAS DO CAMÕES - JOSÉ AFONSO, AO VIVO NOS COLISEUS, 1983

 


O Camões – Centro Cultural Português em Vigo apoia o Centro Dramático Galego na organização de mais uma edição do programa Quintas do Camões, de apoio ao teatro (em) português na Galiza.

Neste sentido, o Centro Dramático Galego apresenta, no dia 16 de dezembro, às 20h00, no Salón Teatro de Santiago de Compostela, o espetáculo José Afonso, ao vivo nos Coliseus, 1983, uma coprodução do Teatro Municipal do Porto, do Teatro Experimental do Porto, do Culturgest, do Centro Dramático Galego e do CineTeatro Louletano, com encenação de Gonçalo Amorim.

Sobre o espetáculo:

Em 1983, José Afonso, já gravemente debilitado pela doença que o levaria à morte quatro anos depois, subiu aos palcos dos coliseus de Lisboa e do Porto para os seus últimos concertos. Acompanhado por músicos e amigos de longa data, enfrentou com dignidade e emoção a difícil tarefa de cantar numa fase em que a saúde já o traía. O concerto de Lisboa, registado pela RTP, tornou-se um marco na memória coletiva portuguesa e foi perpetuado em álbum, filme-concerto e, mais recentemente, numa edição restaurada que recupera quase integralmente o espetáculo.

José Afonso, ao vivo nos Coliseus, 1983 é um espetáculo multidisciplinar que entrelaça música, teatro, performance e poesia. Com direção artística de Gonçalo Amorim e textos originais de Lígia Soares, Marta Figueiredo, Miguel Cardoso, Rui Pina Coelho e Susana Moreira Marques, o espetáculo não pretende reconstituir o concerto original, mas reinventá-lo à luz de uma abordagem contemporânea inspirada no Gig Theatre, uma forma híbrida que funde a energia dos concertos ao vivo com a narrativa teatral, reinterpretando o legado de Zeca com liberdade criativa e profunda ressonância emocional.

O espetáculo parte do adeus simbólico que esses concertos representaram — não só o adeus de um artista, mas também o fim de uma era. Com a despedida de José Afonso, Portugal parecia também dizer adeus à utopia de Abril, num tempo em que o país se preparava para novas transformações. É com essa consciência histórica e afetiva que o espetáculo evoca a coragem, a melancolia e a persistência de um povo, celebrando a memória de um dos seus maiores cantores e o eco inapagável da sua voz na construção da democracia portuguesa.

Mais informação em:  https://centrodramatico.xunta.gal/cdg/


Comentários